“É de persistência, como todos os que aqui estão, que têm sido feitos os nossos dias e acreditamos que a nossa capacidade de adaptação vem a par com a nossa capacidade de resistência, dentro de uma conjuntura bastante má, com uma crise concreta e com danos gravosos, não valendo a pena dizermos que não sairemos dela com marcas, mas que o faremos seguramente”, afirma. “Mas para sairmos fortes, há que honrar os compromissos que temos feito, sendo que todos sabemos que o pagamento a horas é crucial”, acrescenta.
“Desde Setembro de 2011 que estamos neste combate de sensibilização das empresas, independentemente da sua dimensão, e já agora do Estado, como forma de, e como é lema deste nosso encontro, fazer crescer Portugal. Todos nós queremos que Portugal atinja crescimento digno desse nome e isso implica um conjunto de factores, de atitudes e entre elas, esta boa prática dos Pagamentos Pontuais”, referiu António Saraiva no início da sua intervenção.
A bastonária da OCC relembrou igualmente a “grande responsabilidade do Estado e o facto de os seus pagamentos influenciarem muitíssimo as empresas e a economia no geral”.
Sem o envolvimento e sensibilização dos líderes empresariais, que são decisivos em todo este processo de mudança, Portugal continuará na cauda da Europa no que ao cumprimento dos prazos de pagamento acordados diz respeito. Há que inverter este ciclo destrutivo que dá origem a despedimentos, à falência das empresas mais frágeis e ao sofrimento de milhares de famílias portuguesas
Elencando o indiscutível contributo das empresas para a organização da sociedade, na medida em que “são agentes pró-activos ao serviço do investimento e da inovação, são um poderoso motor de valorização dos recursos humanos e cuidam da economia ao criar emprego e ao gerar riqueza”, Heitor Costa começou por falar das entidades que operam na área da Saúde, as quais possuem a particularidade de “contribuir para o bem-estar e para o aumento da longevidade das populações”.
Recordando igualmente que o IAPMEI é parceiro desde a primeira hora deste programa, Nuno Gonçalves demonstrou o seu contentamento por estar a assistir à distinção das empresas aderentes ao Compromisso Pagamento Pontual.
Pouco tempo após a declaração de pandemia e das medidas que decretaram o primeiro estado de emergência, a Informa D&B realizou uma análise de impacto setorial, identificando a intensidade com que os impactos desta crise se fazem sentir nos diversos setores de atividade. Percebemos também que esta crise afeta as empresas de forma bastante desigual, com setores bastante mais expostos do que outros
É evidente que perante a atual crise provocada pela pandemia, hoje mais do que nunca, a adesão pessoal de cada líder ao compromisso de “pagar a tempo e horas”, acarreta uma enorme exigência e responsabilidade, até porque o pagamento pontual não depende só da boa vontade dos empresários.
Os devedores em dificuldades financeiras são uma grande preocupação para as empresas portuguesas. De acordo com o estudo, para metade dos inquiridos (50%), os pagamentos nos prazos estão entre os três principais desafios que as empresas enfrentam nos próximos 12 meses. Valor substancialmente superior em comparação com os 38% na restante Europa.